EXPEDIÇÃO GEOGRÁFICA AO PLANALTO DA IBIAPABA

Autores

  • José Falcão Sobrinho
  • Ernane Cortez Lima
  • Luis Antônio Bittar Venturi
  • Carla Juscélia de Oliveira Souza Universidade Federal de São João del-Rei, Minas Gerais, Brasil
  • Roni Mayer Lomba Roni Mayer Lomba Professor Doutor da Universidade Federal do Amapá – UNIFAP
  • Emanuel Lindemberg Silva Albuquerque Universidade Federal do Piauí/UFPI
  • Isorlanda Caracristi Universidade Estadual Vale do Acaraú/UVA
  • José Mauro Palhares Universidade Federal do Amapá - Campus Oiapoque
  • Francisco Nildo da Silva Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Agro-brasileira/UNILAB
  • Cláudia Maria Sabóia de Aquino Universidade Federal do Piauí/UFPI
  • Renê Pedro de Aquino Universidade Estadual do Piauú/UEPI
  • Bruna Lima Carvalho Universidade Estadual Vale do Acaraú/UVA
  • Jurandyr Luciano Sanches Ross Universidade de São Paulo/USP

Resumo

A realização do VI Fórum Internacional do Semiárido, ocorrido em Sobral, no estado do Ceará, em fevereiro de 2024, possibilitou o encontro e reencontros de diversos pesquisadores de todas as regiões do País, confluindo saberes diversos. E, certamente, interlocuções com pesquisadores internacionais.  Contudo, destacamos aqui a Expedição Geográfica ao Planalto da Ibiapaba promovida pelo evento em que reuniu profissionais doutores e doutoras, doutorandos e mestres. A grande maioria com formação Geográfica, investigadores da natureza e, desta, a sua conexão com a sociedade.  Foi assim mesmo que denominamos a expedição geográfica em formato de uma viagem organizada e com um objetivo traçado e entrelaçado com diversos objetivos específicos, pois envolveu explorar uma região conhecida para muitos e, presencialmente, desconhecida para outros. Desta forma, o objetivo de cada um foi ímpar. No geral ancorou-se em conhecer, revisitar e registrar olhares acadêmicos sobre o Planalto da Ibiapaba. Não por isso, o percurso de Sobral ao Planalto da Ibiapaba ficou em segundo plano, pois a presença de maciços residuais úmidos e secos, fizeram palco para as discussões, enlaces e relações de saberes.A depressão sertaneja foi bem debatida, a tal ponto a ser discutida em quando alguns denominam de superfície sertaneja, termo utilizado por Falcão Sobrinho (2007). Foi uma verdadeira Expedição Geográfica, uma proveitosa jornada organizada em que se oportunizou explorar e estudar o Planalto da Ibiapaba. Notória pesquisa científica, cartografia, pois o táxon do relevo (Ross, 1992) foi palco de discussão. Uma exploração dos conhecimentos sobre os recursos naturais, com ênfase em Lima (2023), a documentação de culturas locais, tudo isso aos olhos de geógrafos especialistas. Como tal, uma expedição geográfica envolve uma equipe de pesquisadores, e aqui a agronomia se fez presente, com o olhar sobre os solos, por excelência verticalizando, e agregando o olhar geógrafo, comumente horizontalizado. Fica a certeza que está expedição geográfica no percurso pelo semiárido até chegar ao Planalto úmido da Ibiapaba, pode ter uma série de importâncias para o grupo de pesquisadores de outras regiões, pois foi possível observar que o semiárido abriga ecossistemas únicos e biodiversidade adaptada às condições de clima e solo. Além disso, ter o conhecimento do Planalto da Ibiapaba, em meio ao semiárido, é possibilitar vivenciar o contraste, uma área de exceção em meio ao semiárido, seja pela altitude, solos e condições climáticas.

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Arquivos adicionais

Publicado

2024-03-27

Como Citar

Falcão Sobrinho, J., Cortez Lima, E., Antônio Bittar Venturi, L., Juscélia de Oliveira Souza, C., Mayer Lomba Roni Mayer Lomba, R., Lindemberg Silva Albuquerque, E., Caracristi, I., Mauro Palhares, J., Nildo da Silva, F., Maria Sabóia de Aquino, C., Pedro de Aquino, R., Lima Carvalho, B., & Luciano Sanches Ross, J. (2024). EXPEDIÇÃO GEOGRÁFICA AO PLANALTO DA IBIAPABA. William Morris Davis - Revista De Geomorfologia, 5(1), 1–79. Recuperado de //williammorrisdavis.uvanet.br/index.php/revistageomorfologia/article/view/288