EXPEDIÇÃO GEOGRÁFICA AO PLANALTO DA IBIAPABA

Autores

  • José Falcão Sobrinho
  • Ernane Cortez Lima

Resumo

A realização do VI Fórum Internacional do Semiárido, ocorrido em Sobral, no estado do Ceará, em fevereiro de 2024, possibilitou o encontro e reencontros de diversos pesquisadores de todas as regiões do País, confluindo saberes diversos. E, certamente, interlocuções com pesquisadores internacionais.  Contudo, destacamos aqui a Expedição Geográfica ao Planalto da Ibiapaba promovida pelo evento em que reuniu profissionais doutores e doutoras, doutorandos e mestres. A grande maioria com formação Geográfica, investigadores da natureza e, desta, a sua conexão com a sociedade.  Foi assim mesmo que denominamos a expedição geográfica em formato de uma viagem organizada e com um objetivo traçado e entrelaçado com diversos objetivos específicos, pois envolveu explorar uma região conhecida para muitos e, presencialmente, desconhecida para outros. Desta forma, o objetivo de cada um foi ímpar. No geral ancorou-se em conhecer, revisitar e registrar olhares acadêmicos sobre o Planalto da Ibiapaba. Não por isso, o percurso de Sobral ao Planalto da Ibiapaba ficou em segundo plano, pois a presença de maciços residuais úmidos e secos, fizeram palco para as discussões, enlaces e relações de saberes.A depressão sertaneja foi bem debatida, a tal ponto a ser discutida em quando alguns denominam de superfície sertaneja, termo utilizado por Falcão Sobrinho (2007). Foi uma verdadeira Expedição Geográfica, uma proveitosa jornada organizada em que se oportunizou explorar e estudar o Planalto da Ibiapaba. Notória pesquisa científica, cartografia, pois o táxon do relevo (Ross, 1992) foi palco de discussão. Uma exploração dos conhecimentos sobre os recursos naturais, com ênfase em Lima (2023), a documentação de culturas locais, tudo isso aos olhos de geógrafos especialistas. Como tal, uma expedição geográfica envolve uma equipe de pesquisadores, e aqui a agronomia se fez presente, com o olhar sobre os solos, por excelência verticalizando, e agregando o olhar geógrafo, comumente horizontalizado. Fica a certeza que está expedição geográfica no percurso pelo semiárido até chegar ao Planalto úmido da Ibiapaba, pode ter uma série de importâncias para o grupo de pesquisadores de outras regiões, pois foi possível observar que o semiárido abriga ecossistemas únicos e biodiversidade adaptada às condições de clima e solo. Além disso, ter o conhecimento do Planalto da Ibiapaba, em meio ao semiárido, é possibilitar vivenciar o contraste, uma área de exceção em meio ao semiárido, seja pela altitude, solos e condições climáticas.

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Arquivos adicionais

Publicado

2024-03-27

Como Citar

Falcão Sobrinho, J., & Cortez Lima, E. (2024). EXPEDIÇÃO GEOGRÁFICA AO PLANALTO DA IBIAPABA. William Morris Davis - Revista De Geomorfologia, 5(1), 1–79. Recuperado de //williammorrisdavis.uvanet.br/index.php/revistageomorfologia/article/view/288